quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TROFÉU ALGEMAS DE OURO-SARNEY


QUINTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2012


SARNEY VENCE COM FOLGA "TROFÉU ALGEMAS DE OURO"


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), venceu com folga o “Troféu Algemas de Ouro”, idealizado pelo grupo anticorrupção Movimento 31 de Julho, do Rio de Janeiro.

Sarney – apontado como mentor dos atos secretos do Senado, que quase o derrubaram da presidência da Casa em 2009 – obteve 4.143 votos (59,5 % do total) na enquete, que foi respondida pelo Facebook até o último dia 15.

José Dirceu (PT) – tido como chefão do esquema do chamado “mensalão” petista – ficou em segundo lugar, mas nem chegou perto do oligarca maranhense: conquistou 1.315 votos (18,8% do total).


O terceiro posto foi conquistado pela deputada distrital Jaqueline Roriz (PMN) – flagrada num vídeo recebendo R$ 50 mil da corrupção na campanha eleitoral de 2006 no Distrito Federal.


As “premiações” dos três políticos mais votados (algemas de ouro, prata e bronze) acontecerão no baile pré-carnavalesco do “Pega Ladrão”, marcado para esta quinta-feira (19), no Clube dos Democráticos, no bairro da Lapa (RJ), reduto da boemia carioca.

A organização do baile é do Movimento 31 de Julho e de outros grupos anticorrupção que, desde o ano passado, vêm promovendo manifestações por todo o Brasil.

Para eleger quem seria o político mais impune do Brasil, a enquete no Facebook sugeriu nove nomes. Além dos seis ministros do governo Dilma Rousseff demitidos após denúncias de irregularidades (Alfredo Nascimento, Antonio Palocci, Wagner Rossi, Orlando Silva, Carlos Lupi e Pedro Novais), completaram a lista José Sarney, José Dirceu e Jaqueline Roriz.

Fonte: Jornal Pequeno
Editado por: Hugo Freitas

A VERDADE SOBRE SARNEY



Senador José Sarney

Lúcia Hipólito (2009)
As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.
Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado. Culpa da burocracia do Senado.
Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral. Culpa do contador.
Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá. Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.
Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.
Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.
Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney. Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.
Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.
Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado. Não é um fofo?
Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram.... desviados. Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.
Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação. Culpa dos administradores.
E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina. Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.
Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.
Tal como os dinossauros.