segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

FHC E COMPRAS DE VOTOS PARA A SUA REELEIÇÃO

MERCADO DE VOTO
13/05/1997
Editoria: Brasil
Páginas: 1-6
Fernando Rodrigues, da sucursal de Brasília
O deputado Ronivon Santiago (PFL/AC) vendeu o seu voto a favor da emenda da reeleição por R$200 mil, segundo relatou a um amigo. A conversa foi gravada e aFolha teve acesso à fita. Ronivon afirma que recebeu R$100 mil em dinheiro. O restante, outros R$100 mil, seriam pagos por uma empreiteira, a CM, que tinha pagamentos para receber do governo do Acre.
Os compradores do voto de Ronivon, segundo ele próprio, foram dois governadores: Orleir Cameli (sem partido), do Acre, e Amazonino Mendes (PFL), do Amazonas.
Todas essas informações constam de gravações de conversas entre o deputado Ronivon Santiago e uma pessoa que mantém contatos regulares com ele. As fitas originais estão em poder da Folha.
O interlocutor do deputado não quer que seu nome seja revelado. Essas conversas gravadas com Ronivon aconteceram ao longo dos últimos meses, em diversas oportunidades.
Outros venderam
Nas gravações a que a Folha teve acesso, o deputado acreano diz não ser o único parlamentar que se vendeu na votação da reeleição, no último dia 28 de janeiro, quando a emenda foi aprovada, em primeiro turno, com 336 votos favoráveis na Câmara.
“O Amazonino marcou dinheiro para dar [R$] 200 [mil] para mim, 200 pro João Maia, 200 pra Zila e 200 pro Osmir”, diz Ronivon na gravação. Os personagens citados são os deputados federais João Maia, Zila Bezerra e Osmir Lima, todos do Acre e filiados ao PFL.
Outro parlamentar também recebeu dinheiro para votar a favor da reeleição, conforme explicação de Ronivon. Eis como Ronivon menciona esse fato em suas conversas: “Ele [Amazonino] foi e passou [o dinheiro] pro Orleir […] Mas no dia anterior ele [Orleir] parece que precisou dar 100, parece que foi pro Chicão, e só deu 100 pra mim.”
Na gravação, Ronivon fazia referência a deputados do Acre. O único deputado do Acre conhecido como Chicão é Chicão Brígido (PMDB), que, sempre segundo as conversas de Ronivon, entrou no negócio na última hora. Por isso, Orleir Cameli precisou de mais dinheiro e teve de dividir uma das cotas de R$200 mil.
Em alguns momentos, entretanto, o deputado sugere que Chicão Brígido e João Maia também receberam apenas R$100 mil. Dos oito parlamentares acreanos na Câmara, seis votaram a favor da emenda da reeleição e dois contra.
Venda corriqueira
Ronivon tem comentado a sua venda de voto a favor da reeleição como se fosse algo corriqueiro. Fala com vários colegas deputados. Algumas dessas conversas casuais é que foram gravadas. Nessas gravações, o deputado revela detalhes de toda a operação.
Primeiro, Ronivon diz que foi contatado pelo governador do Acre, Orleir Cameli. Em troca do voto a favor da emenda da reeleição, cada deputado recebeu R$200 mil. O pagamento foi por meio de um cheque pré-datado – deveria ser depositado só depois de a votação ter sido concluída favoravelmente ao governo.
As fitas apontam que, nos dias que antecederam a votação, cheques nesse valor foram entregues para, pelo menos, quatro deputados acreanos: Ronivon Santiago, João Maia, Osmir Lima e Zila Bezerra.
Na gravação, Ronivon afirma que os cheques eram do Banco do Amazonas, em nome de uma empresa de Eládio Cameli, irmão de Orleir Cameli.
Apesar de tudo acertado, a operação acabou não agradando aos deputados nem ao governador acreano. O arrependimento se deu na véspera da votação da reeleição. Era uma segunda-feira, dia 27 de janeiro passado.
“Você é infantil”
De acordo com Ronivon, em conversas posteriores à venda de seus votos, os parlamentares começaram a avaliar que poderiam ser logrados depois da votação. Nada impediria, pensaram, que os cheques fossem sustados. Já aos ouvidos de Orleir Cameli chegou um alerta importante de seu colega do Amazonas, o governador Amazonino Mendes.
Segundo Ronivon relata a seu amigo, Amazonino foi precavido e disse o seguinte a Cameli: “Você é tão infantil, rapaz. Vai dar esse cheque para esse pessoal? Pega um dinheiro e leva.”
Depois dessa sugestão de Amazonino Mendes, conta Ronivon Santiago, o governador do Acre “pegou todo mundo e deu a todo mundo em dinheiro”.
O dinheiro, emprestado a Orleir por Amazonino Mendes, só foi entregue aos parlamentares na manhã do dia da votação do primeiro turno da emenda da reeleição, 28 de janeiro, uma terça-feira, conforme a gravação.
A entrega dos R$200 mil, em dinheiro, para cada deputado, foi feita mediante a devolução dos cheques pré-datados – que foram rasgados na frente de Orleir, segundo relato de Ronivon.
A troca dos cheques por dinheiro ocorreu em um local combinado em Brasília. Cada deputado se apresentou, rasgou seu cheque na hora e recebeu o pagamento em dinheiro dentro de uma sacola.
“Aí chegou o Osmir, estava lá com a sacola assim… [risos]. João Maia com a outra”, relata Ronivon, de bom humor, a cena da manhã que antecedeu a votação.
“Sou leso?” Endividado, Ronivon diz que usou o produto da venda de seu voto para diminuir débitos bancários. O deputado disse que saldou uma dívida de “196 pau” [R$196 mil] que tinha contraído em bancos. Nas suas conversas, o deputado cita quatro bancos onde contraiu dívidas: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco de Brasília e Banacre (do governo do Acre).
Ronivon diz que aproveitou também o dinheiro obtido com a venda de seu voto a favor da reeleição para resgatar cheques sem fundos que havia emitido.
Cauteloso, não quis fazer os pagamentos logo depois da votação da reeleição. “Sou leso?”, pergunta aos risos para seu interlocutor em uma das gravações.
“Leso”, segundo o “Novo Dicionário Aurélio”, significa “idiota” e “amalucado”. A pronúncia correta pede que a primeira sílaba seja tônica: “lé-so”.

Para evitar que fosse rastreado o dinheiro, Ronivon explica que saldou totalmente suas dívidas apenas no início de março – quando dá a entender que já teria recebido todo o pagamento pelo seu voto.

Os 500 anos do PSDB

A Justiça Federal acolheu pedido de uma ação civil pública do Ministério Público Federal na Bahia e condenou o Estado da Bahia a pagar indenização por impedir uma manifestação pacífica nas comemorações pelos 500 anos do Brasil, há 12 anos
O estado da Bahia terá de pagar R$10 milhões de indenização por dano moral coletivo por impedir o direito constitucional de reunião e de liberdade de expressão de índios, negros e cidadãos comuns durante o 5º Centenário do Descobrimento do Brasil, em 22 de abril de 2000, em Porto Seguro (BA). A indenização deve ser paga com juros e correção monetária e revertida ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, conforme prevê o art. 13 da Lei nº 7347/85.
Na ação, o MPF argumentou que a Polícia Militar baiana reprimiu uma manifestação pacífica de diversos índios, integrantes do movimento negro, estudantes e outros cidadãos, que seguiam da enseada de Coroa Vermelha, há cerca de 20 quilômetros de Porto Seguro, para o Centro Histórico da cidade a fim de expor a visão do grupo sobre o significado dos 500 anos de descobrimento do País.
O episódio, que repercutiu nacional e internacionalmente na mídia, marcou as comemorações pelos 500 anos do Brasil não só pelo fato de o governo baiano impedir o direito constitucional de reunião e de liberdade de expressão, como também pela forma violenta e desproporcional que a Polícia Militar dissolveu a passeata. Apesar de não portarem armas e carregarem apenas faixas, bandeiras e panfletos, bem antes do local dos festejos oficiais os manifestantes, os manifestantes foram surpreendidos por uma barreira policial que impediu o prosseguimento da marcha com uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Os 500 Anos de Descobrimento do Brasil
Para comemorar a data, o governo e a Presidência da República prepararam uma superprodução em Porto Seguro com direito a missa e a uma réplica da nau que Cabral usou para chegar ao Brasil. Além da nau não ter funcionado, o evento foi marcado por protestos. O fato gerou preocupação ao governo e à Presidência da República quanto à manutenção da segurança pública na cidade durante os festejos. Índios de diversas regiões do País, por sua vez, aproveitaram o momento histórico para realizar uma conferência e uma passeata na cidade a fim de fazer uma reflexão sobre o real significado daquela data.

Para o Judiciário, em vez de frustrar a comemoração realizada pelo governo, a manifestação pretendia simplesmente conferir pluralidade ao evento, por isso, cabia ao Estado, em vez de impedir os índios de se reunirem pacificamente e exporem seu ponto de vista, adotar todas as providências para que eles exercitassem esse direito integralmente. “Não se justifica a atuação repressiva da Polícia Militar em relação aos manifestantes, não sendo possível reconhecer que os agentes estatais agiram no estrito cumprimento do dever legal”, afirma a sentença.
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A FRASE DO DIA EM CALDAS NOVAS

Que o prefeito perdeu o controle da
administração todo mundo já sabe,agora o descontrole emocional é fruto da falta de humildade para reconhecer os erros e construir novos caminhos.

                            Vereador e Advogado Arlindo Ceará

Polícia evita Assalto em Bacabeira ao matar bandidos

As polícias militar e civil conseguiu tirar de circulação uma quadrilha de bandidos que iam assaltar a agência dos Correios na cidade de Bacabeira.
Numa operação bem articulada, a polícia conseguiu evitar o assalto na agencia bancária do município. Foram pelo menos 3 bandidos mortos. Tudo aconteceu na BR 135, no centro da cidade.
 
Com a operação, a rodovia ficou interditada.
 
Eles estavam em um carro modelo Fiesta de placa NHI-8920, do município de Paço do Lumiar.
 
Segundo informações, a polícia já vinha investigando a quadrilha, e conseguiu frustrar a ação dos assaltantes.
 
Muitos curiosos estiveram no local e acompanharam o trabalho da polícia.
 
Na ação, um civil foi baleado, mas está bem.