sábado, 25 de junho de 2016

Um assassinato que teria relação com o Mensalão Mineiro


A mulher, segundo revela um advogado que atuou no caso, Dino Miraglia, era "mula". Mas não para entrega de drogas, como ocorre no roteiro do tráfico internacional. Ela era responsável por levar dinheiro e eventualmente "amor" aos políticos da cúpula do estado. Muitos figuraram na lista de Cristiana, mas poucos tiveram seus nomes revelados. Tal lista, elaborada por um irmão da modelo, com nomes que incluíam Newton Cardoso e Walfrido Mares Guia, desapareceu misteriosamente. Os nomes só ressurgiram quando o crime de propina já havia prescrito. E não foi por acaso. Cardoso negou conhecer a mulher. O mesmo afirmou Mares Guia que foi ministro do Turismo de FHC.

A mulher era um arquivo vivo a desfilar por gabinetes de autoridades mineira sobre 1,78 de muitas gentilezas e com maços e maços de dinheiro vivo. Sua morte, por asfixia mecânica, não deixou sangue ou mesmo digitais do assassino. Empurraram para cima do namorado - uma espécie de alpinista social fracassado que via nos envolvimentos da mulher uma maneira de ganhar dinheiro e fama. Mas sabe-se que havia muito mais gente interessada na sua morte do que o explorador de mulheres. A razão era óbvia: ela guardava segredos de cama e da corrupção.


Mas o detalhe grotesco da morte é que mais espantou: o criminoso, após estrangulá-la, jogou raticida na sua boca para sugerir envenenamento com fins de suicídio. Patético - ele esqueceu que morto não consegue engolir. 

-Coisa de principiante - disse à época um perito do Rio de Janeiro.

Dezesseis anos depois, a polícia de Minas pode começar a mostrar que sabe atuar além da conhecida truculência em presídios. São dois casos que tem como ponto em comum o desejo de fazer os mortos parecerem suicidas. Um bom começo.

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