sábado, 28 de maio de 2016

SUSPEITO DE ESTUPRO COLETIVO SE PASSOU DE AGENTE COMUNITÁRIO


Imagem do homem fazendo selfie ao lado da vítima desacordada circulou nas redes

O homem que levou a adolescente de 16 anos vítima de um estupro coletivo para casa, se passando por um agente comunitário, foi identificado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um dos suspeitos de envolvimento no crime. Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, aparece na selfie postada nas redes sociais ao lado da vítima nua e desacordada. Investigadores informaram ao R7 ter ciência do fato. Segundo o jornal O Globo, ele trabalhou como apoio a operador de câmera nos estúdios Globo, de onde foi desligado em agosto do ano passado 

À polícia, a jovem de 16 anos disse que, na noite do sábado (21), foi para a casa do namorado, mas acordou em outra residência cercada por 33 homens armados, nua e machucada. A adolescente relatou que voltou para casa, mas que, ao se dar conta de que o telefone celular fora roubado, voltou à comunidade. 

Foi quando um vídeo com a garota nua e homens mostrando sua vagina surgiu nas redes sociais. A família e uma rede de militantes feministas passaram a tentar localizá-la. Mais de 800 denúncias chegaram à Ouvidora do Ministério Público do Rio de Janeiro que acionou a Delegacia Antissequestro.

A adolescente então reapareceu por volta das 21h de quarta-feira (25) levada de carro até sua casa pelo homem que foi identificado pela polícia como um dos suspeitos do crime. À família, ele se identificou como agente comunitário.

Ao chegar à casa da vítima, o suspeito disse que ele a resgatara em Praça Seca, também na zona oeste do Rio. O homem contou que já a havia encontrado no local, mas que se preocupou com o estado de saúde dela após ver a repercussão do vídeo.


Ele ainda acrescentou que tirou a jovem do
local e a colocou dentro do próprio carro. A adolescente indicou a casa da família.

A avó da adolescente relatou o diálogo com o suposto agente. 

— Ele disse que tinha encontrado ela lá, que estava tudo bem com ela, e ela estava bem, e que ele tinha trazido. 

"Avó de vítima de estupro coletivo fala sobre vídeo: 'Me arrependi de ter visto, é muito cruel' 

Em rede social, vítima de estupro coletivo agradece apoio e desabafa: "Não dói o útero e sim a alma" 

"Só pedia para que ela estivesse viva", diz mãe de adolescente vítima de estupro coletivo no Rio 

"Não vamos descansar até prender todos" 

O secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame afirma que a polícia do Estado não vai descansar até identificar e prender todos os responsáveis pelo estupro. As declarações de Beltrame foram postadas no perfil oficial da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro. Ainda segundo o perfil na rede social, Beltrame deve receber o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, no Centro Integrado de Comanda e Controle na tarde desta sexta-feira (27).

Polícia aguarda laudos

Os investigadores aguardam o laudo final do exame de IML (Instituto Médico Legal) da vítima. Ainda não há certeza de quantos criminosos participaram do crime — a polícia trabalha com o número de 30 a 36 suspeitos. 

Diferentemente do informado na noite de quinta-feira (26), os suspeitos não tiveram a prisão pedida pela polícia. Após depoimentos, se necessário, a polícia pode encaminhar os pedidos à Justiça, segundo afirmou no começo da tarde desta sexta-feira o delegado da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers. Os investigadores querem "colher depoimentos e agir de forma técnica", acrescentou. 

— A polícia não verificou a necessidade de pedir a prisão das pessoas. 

Além de Raphael, Lucas Santos, de 19 anos, que era namorado da vítima e jogador do Boa Vista, é suspeito de envolvimento no estupro. 

Já Marcelo Correa, de 18 anos, e Michel Brazil, de 20 anos, são suspeitos de divulgar o vídeo da garota nua e desacordada após o crime nas redes sociais. Segundo a polícia, os advogados já entraram em contato para marcar os depoimentos.

Menino atropelado ao brincar na Dutra deve sair do hospital na segunda-feira.

Depois de três meses internado, sendo que um deles em coma, no CTI, o menino Julio Cezar da Silva Salles, de 12 anos, finalmente está prestes a ir para a casa.
Em fevereiro, Julio Cezar brincava com um grupo de crianças em uma poça d’água, às margens da Rodovia Presidente Dutra, altura do Jardim América, na Zona Norte, quando foi atropelado por um carro.
Alex relata que o processo de recuperação do garoto foi muito rápido, se comparado a casos comuns, e que ele foi acordando do coma aos poucos, fazendo leves movimentos. A única dificuldade é que Julio Cezar teve uma trombose e estava sendo alimentado através de sondas.
- Ele ainda não fala, mas já entende tudo e responde aos estímulos. É uma questão de tempo, ele vai voltar a falar, é devagar, precisa de acompanhamento agora - disse.

Como sofreu um traumatismo craniano, o garoto ainda tem pequenas sequelas do acidente, mas o prognóstico dos médicos é positivo.
Uma parte do cérebro dele não está funcionando totalmente, então ele não faz muitos movimentos com o pescoço, está um pouco molinho. Os médicos falaram que só uma questão de tempo, mesmo. Eles vão acompanhar, agora não podem dizer que ficarão sequelas - disse Alex.
Para receber o menino e continuar o tratamento em casa, a família está recebendo apoio e ajuda de amigos, que fizeram campanhas nas redes sociais. A casa terá que ser adaptada e uma cama hospitalar já foi doada para o garoto.
Neste momento, tem um pessoal da igreja ajudando em casa porque nós não temos estrutura para receber o Julio, nem lugar para colocar a cama, tinha - afirma.
De acordo com o tio, Julio Cezar precisará de acompanhamento de especialistas, além de alimentação especial e fraldas, o que preocupa a mãe do garoto, Jaqueline da Silva Menezes, que também tem outros quatro filhos.
Com ele saindo do hospital, ela (a mãe) está aliviada. Vai sair um grande peso das costas dela, porque tem outros filhos também, mas por outro lado ela está preocupada com a falta de estrutura para receber o menino em casa, é um longo tratamento. Nós conseguimos a fisioterapia, mas ainda estamos procurando uma fonoaudióloga, porque vai demorar um pouco pra ele começar a falar de novo - finaliza.
Relembre o Caso:
Em fevereiro, Julio Cezar brincava com um grupo de
outras crianças, que se arriscavam no meio dos carros na Rodovia Presidente Dutra, altura de Jardim América, Zona Norte, para pegar impulso e se jogarem numa poça de água, quando foi atingido por um carro. O menino teve um traumatismo craniano e ficou em coma no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte.  De acordo com a mãe do garoto, Julio havia saído mais cedo da escola e disse que ia jogar bola num campinho perto de casa, na comunidade Beira Rio, como faz todos os dias:  Acho que ele se juntou com mais cinco ou sete coleguinhas e foram para lá (a poça d'água formada às margens da Dutra).  Apesar de muito abalada, a mãe disse que não culpa ninguém pela tragédia:
O tio do garoto passou pelo local cerca de cinco minutos após o acidente. Ele disse que já havia alertado o sobrinho anteriormente.
Na nossa comunidade não tem opção de lazer. Então, as crianças fazem aquela água suja de piscina. Eu já tinha passado com meu sobrinho por lá e visto meninos se jogando na poça. Eu perguntei para ele: “Você também faz isso?”. E ele respondeu: “Não, tio. Tá maluco?”. Mas sabe como é criança, né? - contou o motorista.