terça-feira, 21 de junho de 2016

Pagamento de propina a funcionários do Samu em Goiás

Promotores Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado realizam Desde o início da manhã desta terça-feira (21/6), o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deflagrou a operação “S.O.S. SAMU” para o cumprimento de 24 mandados de prisão temporária e de 43 mandados de busca e apreensão, cumpridos nos municípios de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Trindade.
Durante as investigações realizadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás descobriu-se um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Goiânia (Samu) – condutores socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos – para que estes direcionassem pacientes atendidos pelo Atendimento de Urgência, que possuíssem planos de saúde, a determinadas UTIs, fraudando a respectiva regulação do acesso aos leitos de UTI.
O pagamento da propina a alguns funcionários do SAMU foi realizado por médicos e por responsáveis e proprietários de UTIs.
Em síntese, feito o atendimento de urgência pelo SAMU, por condutor socorrista ou técnico de enfermagem, era contatada a regulação de vagas do acesso aos leitos de UTI, cabendo a esta determinar o encaminhamento do paciente para algum hospital vinculado ao SUS, de acordo com a regulação de vagas.
Entretanto, os investigados estavam alterando essa rotina de atendimento, fraudando-a, posto que pacientes que possuíssem planos de saúde eram encaminhados para unidades de UTI particulares.
Os funcionários do SAMU, ora investigados, recebiam propina para realizar esse direcionamento de pacientes. O pagamento da propina era feito ou em dinheiro, diretamente, ou mediante depósito bancário, pelos proprietários ou representantes dessas UTIs.
Além da irregularidade na rotina de encaminhamento de pacientes às UTIs, o Ministério Público constatou encaminhamentos desnecessários de pacientes às UTIs, ou seja, pacientes atendidos pelo SAMU que não demandavam internação em unidade de terapia intensiva eram desnecessariamente internados. Para tanto, a fim de simular a gravidade do estado de saúde desses pacientes, valeram-se esses profissionais, em razão da vantagem indevida recebida, de métodos espúrios e perigosos, consistentes em  “rebaixamento artificial de consciência do paciente”, obtida com a aplicação de medicamentos de efeito sedativo, por exemplo.
Por fim, a investigação realizada pelo Ministério Público do Estado de Goiás descortinou a existência de uma organização criminosa envolvendo, de um lado, alguns funcionários do SAMU, e, de outro, proprietários e responsáveis por UTIs. Os envolvidos são suspeitos da prática de crimes de associação criminosa, de corrupção ativa e de corrupção passiva.
(Com informações do MPGO)